Básicos do Linux

Linux foi inspirado no sistema operacional Unix que teve sua primeira aparição em 1969, e vem sendo usado continuamente e desenvolvido desde então. Várias convenções usadas no Unix também existem no Linux e são vitais para o entendimento do básico do sistema.

Unix foi primeiramente orientado ao uso de uma interface de linha de comandos, e este histórico é continuado pelo Linux. Portanto, a interface de usuário gráfica com suas janelas, ícones e menus são construídas sobre uma interface de linha de comandos básica. Ou seja, isso significa que o sistema de arquivos do Linux é estruturado para ser gerenciado facilmente e ser acessível pela linha de comando.

Diretórios e Sistemas de Arquivos

O sistema de arquivos do Linux e Unix é organizado em um formato hierárquico, com uma estrutura no estilo árvore. O nível mais alto do sistema de arquivos é o / ou diretório root. Na filosofia de desenho do Unix e Linux, tudo é considerado como um arquivo - incluindo discos rígidos, partições, e mídia removível. Isto significa que todos os outros arquivos e diretórios (incluindo outros discos e partições) existem sob o diretório root.

Por exemplo, /home/jebediah/queijos.odt mostra o caminho completo correto para o arquivo queijos.odt que existem no diretório jebediah, o qual está sob o diretório home, que por sua vez está sob o diretório root (/).

Sob o diretório root (/), existe um grupo importante de diretórios de sistema que são comuns entre a maioria das distribuições Linux que são usadas. A seguinte lista contém os nomes de diretórios comuns que estão diretamente sob o diretório root (/):

  • /bin - importante aplicativos binários

  • /boot - arquivos de configuração do boot

  • /dev - os arquivos do dispositivo

  • /etc - arquivos de configuração, scripts de inicialização, etc...

  • /home - diretórios home do usuário local

  • /lib - bibliotecas de sistema

  • /lost+found - fornece um sistema perdido+achado para arquivos que existem sob o diretório root (/).

  • /media - mídia removível montada (carregada) tal como CDs, câmeras digitais, etc...

  • /mnt - sistemas montados

  • /opt - fornece um local para aplicativos optionais serem instalados.

  • /proc - diretório dinâmico especial que mantém informação sobre o estado do sistema, incluindo os processos atualmente executados.

  • /root - diretório home do usuário root, pronunciado 'eslash-ruut'

  • /sbin - binários de sistema importantes.

  • /sys - arquivos de sistema

  • /tmp - arquivos temporários

  • /usr - aplicativos e arquivos que são na maioria das vezes disponíveis ao acesso de todos usuários

  • /var - arquivos variáveis tal como logs e bancos de dados

Permissões

Todo arquivo em um sistema do Linux tem permissões que permitem ou impedem outros de vê-lo, modificá-lo ou executá-lo. O super usuário "root" tem a habilidade de acessar qualquer arquivo no sistema. Cada arquivo contém restrições de acesso, restrições de usuário e tem uma associação de dono/grupo.

Todo arquivo é protegido pelos seguintes grupos de permissão, em ordem de importância:

  • usuário

    aplica-se ao usuário que é o dono do arquivo

  • group

    aplica-se ao grupo que está associado ao arquivo

  • outro

    aplica-se à todos os outros usuários

Dentro de cada um dos três grupos das permissões são as permissons reais. As permissões, junto com a maneira que são aplicadas aos arquivos e diretórios, são esboçados abaixo:

  • leitura

    arquivos podem ser exibidos/abertos

    conteúdo do diretório pode ser exibido

  • escrita

    arquivos podem ser editados ou apagados

    conteúdo do diretório pode ser modificado

  • executar

    arquivos executáveis podem ser executados como um programa

    diretórios podem ser acessados

Para ver e editar permissões de arquivos e diretórios, abra Aplicações->Acessórios->Pasta Pessoal e clique com o botão direito sobre o arquivo ou diretório. Selecione Propriedades. As permissões existentes estarão sobre a aba Permissões e permite que voc

Para aprender mais sobre permissões de arquivos no Linux, leia a página de permissões de arquivos no Wiki do Ubuntu.

Terminais

Trabalhar na linha de comando não é uma tarefa tão assustadora como você imagina. Não há nenhum conhecimento especial necessário para saber usar a linha de comando. É um programa como qualquer outro. A maioria de coisas em Linux podem ser feitas usando a linha de comando, embora existem ferramentas gráficas para a maioria dos programas, às vezes elas não são o bastante. É aí que a linha de comando é útil.

O Terminal está localizado em Aplicações->Terminal . O terminal é geralmente chamado de prompt de comando ou de shell. Antigamente, esta era a maneira que o usuário interagia com o computador, no entanto, usuários do Linux descobriram que o uso do shell pode ser mais rápido que um método gráfico e ainda guarda algum mérito hoje. Aqui você aprenderá como usar o terminal.

O uso original do terminal era como um navegador de arquivos e certamente ainda é usado navegador de arquivos, no evento de falha gráfica do ambiente. Você pode usar o terminal como um navegador de arquivos para navegar seus arquivos e desfazer modificações que tenham sido feitas.

Comandos Comuns

Visualizar Diretórios: -ls

O ls (LiSt) lista arquivos em diferentes cores com todo texto formatado.

Criar Diretórios: -mkdir (nome do diretório)

O comando mkdir (MaKeDIRectory) criará um diretório.

Mudar Diretórios: - cd (/diretório/localização)

O comando cd (ChangeDirectory) alternará do seu diretório atual para algum diretório especificado.

Copiar Arquivos/Diretórios: - cp (nome do arquivo ou diretório) (para diretório ou nome de arquivo)

O comando cp (CoPy) copiará aquivos que você especificar. O comando cp -r copiará diretórios especificados por você.

Remover Arquivos/Diretórios: -rm (nome do arquivo ou diretório)

O comando rm (ReMove) apagará qualquer arquivo que você especificar. O comando rm -rf apagará qualquer diretório que você especificar.

Renomar Arquivos/Diretórios: - mv (nome do arquivo ou diretório)

O comando mv (MoVe) irá renomear/mover qualquer arquivo ou diretório que você especificar.

Procurar Arquivos/Diretórios: - locate (nome do arquivo ou diretório)

O comando locate procura em seu computador por qualquer arquivo que você especificar. Ele usa um índice dos arquivos em seu sistema para operar de forma mais rápida: para atualizar estes índices, execute o comando updatedb. Este comando é executado todo dia se você deixa o seu computador ligado. É necessário executá-lo com permissão administrativa (veja “Root E Sudo”).

Você pode também usar coringas para combinar com um ou mais arquivos, tal como "*" (para todos arquivos) ou "?" (para combinar um caractere).

Para uma introdução mais completa aos comando de linha do Ubuntu, por favor leia a introdução à comandos de linha no wiki do Ubuntu.

Edição de Texto

Todas as configurações e preferências no Linux são salvos em arquivos de texto. Mesmo que você possa editá-las por uma interface gráfica, você pode ocasionalmente ter que editá-las na mão. O Mousepad é o editor de texto padrão do Xubuntu, que você pode abrir clicando em Aplicações->Acessórios->Mousepad no menu da área de trabalho.

Às vezes neste guia, Mousepad é executado pela linha de comando usando gksudo, que executa o Mousepad com provilégios administrativos (de super usuário, root), para que seja possível modificar os arquivos de configuração.

Se você precisar usar um editor de texto apartir da linha de comando, você pode usar o nano, que é um editor de textos simples de usar. Quando executando o mesmo apartir da linha de comando, sempre use o seguinte comando, assegurando que o editor não irá inserir quebras de linha:

nano -w

Para mais informações sobre como usar nano, confira o guia no wiki.

Também existem vários outros editores baseados em terminal disponíveis no Ubuntu, dentre os mais populares estão o VIM e o Emacs (os prós e contras de cada um são motivo de muitos debates amigáveis dentro da comunidade do Linux). Eles também são mais complexos de se utilizar que o nano, mas também são mais poderosos.

Root E Sudo

O usuário root no GNU/Linux é o usuário que tem acesso administrativo em seu sistema. Usuários normais não têm esse tipo de acesso por motivos de segurança. No entanto, Ubuntu não inclui o usuário root. Em seu lugar, acesso administrativo é dado a usuários individuais, que podem usar o aplicativo "sudo" para executarem tarefas administrativas. A primeira conta de usuário que você criou no seu sistema durante a instalação tem, por default, acesso ao uso do sudo. Você pode restringir ou permitir acesso ao sudo a usuários através do aplicativo Usuários e Grupos (veja “Gerenciando Usuários e Grupos” para mais informações).

Quando você executa uma aplicação que requere privilégios do root, o sudo pedirá que você digite sua senha normal de usuário. Isto assegura que aplicações suspeitas não possam danificar seu sistema, e serve como um lembrete que você está a ponto de executar ações administrativas que requerem muita cautela!

Para usar o sudo quando usando a linha de comando, simplesmente digite "sudo" antes do comando que você deseja executar. Sudo irá então alertá-lo para digitar sua senha

O sudo lembrará sua senha por um certo tempo. Esse recurso foi criado para permitir que usuários executem várias tarefas administrativas sem que sua senha seja pergunta a cada comando.

[Nota]

Tome cuidado quando estiver fazendo tarefas administrativas; você pode danificar seu sistema!

Algumas outras dicas para usar o sudo incluem:

  • Para usar o terminal como "root", digite "sudo -i" na linha de comando.

  • Todo o grupo de ferramentas gráficas padrões do Ubuntu já usa o sudo, então o sistema perguntará a você caso precise de sua senha.

  • Em vez de rodar aplicações gráficas usando "sudo", execute-as com "gksudo", que irá abrir uma pequena janela gráfica perguntando sua senha. O "gksudo" é conveniente se você quer criar um atalho para o Synaptic no painel, ou algo do gênero, em que você não teria como colocar sua senha através da linha de comando.

  • Para maiores informações sobre o programa sudo e a absência de um usuário root em Ubuntu, leia a página sudo no wiki do Ubuntu.

Mais Ajuda

Uma incrível quantidade de informações sobre o Linux está disponível na Internet. Para começar, recomendo o excelente e compreensivo tutorial Getting Started with Linux (em Inglês), ou ainda o Guia Foca GNU/Linux (nível iniciante).

Para as pessoas que já sabem o básico, os tutoriais Intermediate Level User Linux Course (em Inglês) e Guia Foca GNU/Linux (nível intermediário) são uma boa leitura.